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29/09/2012

A Morte do Vaqueiro

Luíz Gonzaga

Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar
Tão dolente a cantar
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
Bom vaqueiro nordestino
Morre sem deixar tostão
O seu nome é esquecido
Nas quebradas do sertão
Nunca mais ouvirão
Seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
Sacudido numa cova
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Que inda chora
Sua dor
É demais tanta dor
A chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
E... Ei...

Postagem dedicada a Memória de José Amilton Muniz da França (Zé Belo) – 05 meses de vida eterna!

27/09/2012

A Origem da Vaquejada


A Vaquejada é uma atividade recreativa-competitiva, com características de esporte, brasileira da região Nordeste, no qual dois vaqueiros a cavalo têm de perseguir o animal (boi) até emparelhá-lo entre os cavalos e conduzi-lo ao objetivo (duas últimas faixas de cal do parque de vaquejada), onde o animal deve ser derrubado.
História
Na época dos coronéis, quando não havia cercas no sertão nordestino, os animais eram marcados e soltos na mata. Depois de alguns meses, os coronéis reuniam os peões (vaqueiros) para juntar o gado marcado. Eram as pegas de gado, que originalmente aconteciam no Rio Grande do Norte. Montados em seus cavalos, vestidos com gibões de couro, estes bravos vaqueiros se embrenhavam na mata cerrada em busca dos bois, fazendo malabarismos para escaparem dos arranhões de espinhos e pontas de galhos secos. Alguns animais se reproduziam no mato. Os filhotes eram selvagens por nunca terem mantido contato com seres humanos, e eram esses animais os mais difíceis de serem capturados. Mesmo assim, os bravos vaqueiros perseguiam, laçavam e traziam os bois aos pés do coronel. Nessa luta, alguns desses homens se destacavam por sua valentia e habilidade, e foi daí que surgiu a ideia da realização de disputas. 
O Rio Grande do Norte é apontado como o estado que deu o primeiro passo para a prática da vaquejada. A cidade de Currais Novos é o berço das vaquejadas, onde a tradição é mantida até os dias atuais. Em Currais Novos todos os finais de semana tem Vaquejada e é muito comum pátios nas fazendas e até mesmo na zona urbana.
O historiador Câmara Cascudo dizia que por volta de 1810 ainda não existia a vaquejada, mas já se tinha conhecimento de uma atividade parecida. Era a derrubada de vara de ferrão, praticada em Portugal e na Espanha, onde o peão utilizava uma vara para pegar o boi. Mas derrubar o boi pelo rabo, a vaquejada tradicional, é puramente nordestina. Na região Seridó do Rio Grande do Norte, mais precisamente no município de CURRAIS NOVOS onde tudo começou, era impossível o uso da vara, pois o campo era muito acidentado e a mata muito fechada, e por essa razão tudo indica que foi o vaqueiro seridoense o primeiro a derrubar boi pelo rabo.
Somente em 1874 apareceu o primeiro registro de informação sobre vaquejada. O escritor José de Alencar escreveu a respeito da "puxada de rabo de boi" no Ceará, mas não como sendo algo novo, ele deixou claro que a prática já ocorria anteriormente. E se existia no Ceará, era indiscutível que pudesse existir em estados vizinhos como, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí, já que eram regiões tão semelhantes nos hábitos, atividade econômica e social, e ambiente físico. Foi isso que levantou a suspeita dos pesquisadores. Eles descobriram pela tradição falada que muito antes de 1870 já se praticava vaquejada no Seridó Potiguar. Uma indicação para isso era a existência dos currais de apartação de bois, que deram origem ao nome da cidade de CURRAIS NOVOS, também no Rio Grande do Norte. Esses currais foram feitos em 1760. E era entre 1760 e 1790 que acontecia em Currais Novos a apartação e feira de gado. Foram dessas apartações que surgiram as vaquejadas. O pátio de apartação de São Bento, no município de Currais Novos foi construído em 1830.
No Nordeste, desde a colonização, o gado sempre foi criado solto. A coragem e a habilidade dos vaqueiros eram indispensáveis para que se mantivesse o gado junto. O vaqueiro veio tangendo os bois, abrindo estradas e desbravando regiões. Foram eles os grandes desbravadores do sertão nordestino, e muito especialmente do sertão do Seridó, região cheia de contos e lendas de bois e de vaqueiros.

Acesso dia 27 de Setembro de 2012. 

Arquivo de Imagens da Rede de Blogs de Nova Olinda-CE:
Dedico esta postagem a Memória de meu Pai – Antonio Belo! Oh Saudade!




 

Recordações do Sítio Patos em Nova Olinda/ Lugar da minha infância

Até meus 13 anos de idade morei no Sítio Patos que fica localizado a cerca de 3 Km de Nova Olinda. Nestas fotos deu para recordar muitos cantinhos deste Sítio. 

Por exemplo, como não se lembrar da Capelinha onde as pessoas pagavam suas promessas e acendiam velas para as pessoas já falecidas. Local onde foram celebradas tantas missas.
Ou ainda do pau d’arco que fica mesmo em uma das curvas da estrada! Como não lembrar? Desde quando nasci esta árvore já estava lá e ainda continua firme resistindo ao tempo que muitos dos moradores não resistiram...
Na Escola Capitão Plácido fiz a minha 3ª e 4ª Série, momento em que mamãe foi minha professora! Depois disso viemos estudar na cidade porque só podíamos fazer até a 4ª série em escolas do Sítio.
   
E esse jenipapeiro gigante que dá sombra a um barreirinho! Brinquei demais embaixo dessa sombra!  
A cacimba de nosso terreno que já fica localizada na divisa de outros terrenos com a Lagoa do Sítio Patos!  
E, a estrada que dá acesso a nossa antiga casa no Sítio de onde muitas vezes minha mãe pode avistar meus irmãos que estavam chegando da escola ou de viagem... Quanta história! Nessas fotografias pequenos recortes de uma bela paisagem de inverno...  E de tantas memórias!
Fotografia: Padre Francisco Anchieta – MIC.