Ubuntu Notícias

Administrado pela Jornalista Lucélia Muniz

Nova Olinda-CE

Meu chão cearense

Seja um Apoiador

Confira os nossos Apoiadores

Cariri Oeste

Ceará

Ubuntu TV

Confira as nossas Edições em vídeo

30/01/2015

QUEM SOU COMO PROFESSOR E APRENDIZ?

Eu comecei a lecionar exatamente na escola onde conclui meu Ensino Médio. Encontrar alguém que acredite e te dê a primeira oportunidade é sempre complicado. Graças a Deus os profissionais da escola onde adquiri os conhecimentos necessários para ingressar numa faculdade, abriram as portas e foi lá onde comecei a trabalhar.
Venho de uma família de professores e o tema educação sempre está presente quando nos reunimos, ou seja, cresci vendo minha mãe e meus irmãos exercerem esta profissão e não poderia ser diferente. Acabei sendo uma Professora também!
Indo a prática! Sempre me interessei em desenvolver projetos nas escolas onde trabalhei. E, o resultado foi está participando da Feira Regional de Ciências e Cultura da 18ª CREDE desde o ano de 2009.
Penso que a formação continuada aprimora nossa prática! E, desenvolver projetos faz com que possamos romper com os muros da escola, pois conseguimos chegar até a comunidade escolar de maneira mais efetiva.
Ao longo deste período em que passei a lecionar já fiz várias capacitações na Plataforma E-Proinfo, oficinas sobre o SPAECE e o ENEM, conquistamos o Prêmio Construindo a Nação, o selo Escola Solidária através do Instituto Faça Parte, participei como monitora de uma das capacitações do Projeto Professor Aprendiz na área de TICs e consegui aprovar um artigo para o Colóquio Abrindo Trilhas para os saberes.
Está antenada com as formações é também uma forma de ter acesso a novas ferramentas para aprimorar a nossa prática em sala de aula.
Enquanto professores, não somos serem “acabados” – “prontos”, devemos está em constante “construção” e “desconstrução” também.

Professora Lucélia Muniz.

Cearense Idilvan Alencar ocupará chefia do FNDE

O ministro da Educação, Cid Gomes, decidiu trocar a chefia do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ele escolheu como novo titular do órgão, Idilvan Alencar, atual secretário-executivo da Educação do Ceará.
Formado em Engenharia Civil, Alencar, assim como o titular do MEC, é filiado ao Pros e fez parte da equipe de Cid à frente do governo do Estado. A nomeação deve ser publicada nos próximos dias no Diário Oficial da União (DOU), em Brasília.
O aliado de Cid Gomes substituirá Romeu Caputo, escolhido em fevereiro do ano passado para a função. Outros nomes devem ser apresentados pelo novo ministro, escolhido por Dilma para seu segundo mandato. Secretarias como da Educação Superior, Educação continuada e Regulação e Supervisão são ocupadas por interinos.
O FNDE é responsável por fazer repasses a estados e municípios na área educacional, destinados à alimentação dos alunos ou infraestrutura das escolas, por exemplo. (da Folhapress)

29/01/2015

Philippe Meirieu: Pedagogia entre o dizer e o fazer

Seu objeto de estudo é a Pedagogia, analisada e interpretada em diferentes perspectivas: quer em sua possibilidade de atuar diferentemente, quer como instrumento de geração de educabilidade, como ação social, como fundamento para a prática docente, como mediadora entre a sociedade e a escola.
Esse autor interessou-se muito cedo pela questão da pedagogia diferenciada como um dispositivo para a democratização da educação; percebeu logo que as pessoas aprendem por meio de ritmos e formas diferenciadas e assim, com a universalização da educação, seria preciso que a Pedagogia desenvolvesse procedimentos para atender aos itinerários específicos de cada aluno na construção da aprendizagem, com a finalidade de garantir a cidadania e os princípios republicanos que caracterizam a escola pública, laica e para todos.
O autor parte de dois pressupostos:
a) Todos precisam e devem aprender, devem ser educados, devem partilhar a cultura do mundo;
b) Não se aprende por decisão dos outros; é preciso que as pessoas queiram aprender, possam aprender e o façam com prazer.
Dando conta dessas duas premissas, entra em ação a ciência de educar, a arte de ensinar, ou seja, a Pedagogia. Esta é encarada como um fazer especial, arte e ciência, que permite mobilizar todos para o desejo e as possibilidades de aprendizagem, considerando as condições reais de cada aluno.
Diz: querer ensinar é crer na educabilidade do outro; no entanto, querer aprender é, também, crer nas possibilidades que o outro pode oferecer!
A escola, em seu ponto de vista, deveria ser a primeira instituição promotora da ascensão pessoal e profissional dos educandos, por meio de um esforço particular no desenvolvimento do ambiente/dimensão cultural e de práticas artísticas e culturais, para além do mero aprender a contar, ler etc.
Para Philippe, o papel do ensino deve ser, substancialmente, pôr em prática uma aprendizagem essencial, a aprendizagem da gestão autônoma dos saberes. O autor defende uma articulação das disciplinas (currículo) com as finalidades da escola (cultura escolar).
Philippe vai adentrar fortemente na contradição entre usufruir e liberar, educar e emancipar.
Essa tensão entre teoria e prática, que constitui a grandeza e a fragilidade da Pedagogia, é, ao mesmo tempo, seu mérito e sua possibilidade de construir grandes transformações no aluno e mesmo na sociedade.
O autor considera que a superação dessa contradição e a matriz dessa ressignificação podem ser encontradas no ético, isto é, no momento do encontro entre pedagogo e o “outro.”
O professor descobre que o aluno diante dele lhe escapa, não aprende, não compreende, não possui o desejo de aprender. O que fazer? O Professor não pode abrir mão de seu projeto de ensinar, mas deve recuar e tentar encontrar esse outro, buscar as possibilidades de entrar em diálogo, em interação com esse aluno. Tal momento seria aquele em que o professor percebe um aluno concreto, um aluno que lhe impõe um recuo, o que, no entanto, não significa renúncia nem impossibilidade pedagógica.
A pedagogia a serviço da escola democrática é aquela que transmite conhecimentos com a garantia de que todos os alunos deles se apropriem e que, no ato da apropriação, haja uma emancipação: os conhecimentos devem ser vistos como libertadores e desenvolver a autonomia dos alunos. A pedagogia diferenciada permite a adaptação às necessidades individuais para tornar o ensino mais eficaz, mas também permite que cada indivíduo a desenvolva como reflexão metacognitiva, tornando-se mais autônomo.
Na instrução não há reflexão, não há compromisso do pedagogo com as aprendizagens previstas: já o educar significa a reflexão contínua e constante sobre o ato de ensinar.
Assim Philippe assume que a característica do ato pedagógico é a contradição: entre dizer e fazer; entre propor e conseguir; entre a vontade pedagógica e a recusa de aprender; entre a manipulação e a emancipação; entre o discurso e a prática; entre a diretividade e a autonomia, ou mesmo entre a prescrição e a autoria; e, como realça muito, entre a instrumentalização da educação e sua prática como interpelação.
Não há fórmulas a aplicar, há apenas sentido coletivo a construir. Está o professor preparado para enfrentar as resistências inexoráveis que o outro (o aluno) opõe? Seus recursos didáticos serão suficientes ante a diversidade que hoje uma sala escolar apresenta? Como lidar com alunos sem desejo de aprender? Como trabalhar com crianças e jovens que não construíram nos lares os sentidos da importância da escola?
O vaivém entre prática e teoria, a busca incessante de meios para fundamentar o processo de ensino, o empenho por decisões cada vez mais adequadas às situações concretas parecem ser o caminho para lidar com a insustentável leveza da Pedagogia.
Tirar do docente a possibilidade de agir no momento pedagógico com ousadia e competência é tirar-lhe as possibilidades pedagógicas.
Não basta ao professor apenas aproveitar os interesses e conhecimentos trazidos pelo aluno: é preciso criar nele novos interesses e novos conhecimentos. Se o desejo não está lá, é preciso criá-lo, produzi-lo, reacendê-lo.
Diz Meirieu: não basta dar água a quem tem sede! É preciso ensinar a ter sede e buscar água. Essa é tarefa fundamental da ação pedagógica. Trazer o outro para o processo educativo; saber vencer a natural resistência do outro.
Não se pode abandonar a perspectiva da universalização: a cultura precisa ser vivida e apreendida pelos alunos. A Pedagogia deve buscar meios e formas de atuar nessa direção. É direito dos alunos ter acesso aos significados culturais construídos.
Philippe Meirieu
É considerando um dos maiores pedagogos franceses e exerce grande influência em vários países da Europa.

REFERÊNCIA
FRANCO, Maria Amélia do Rosário Santoro. Pedagogia e prática docente. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

*resumo do texto

27/01/2015

Há 70 anos, a libertação de Auschwitz-Birkenau

O sobrevivente de Auschwitz, Miroslaw Celka, caminha pelo portão do antigo campo de concentração que tem os dizeres "o trabalho liberta"
Em 27 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho libertou Auschwitz, o maior e mais terrível campo de extermínio dos nazistas onde foram mortas pelo menos um milhão de pessoas. 
Auschwitz foi o maior e mais terrível campo de extermínio do regime de Hitler. Em suas câmaras de gás e crematórios foram mortas pelo menos um milhão de pessoas. No auge do Holocausto, em 1944, eram assassinadas seis mil pessoas por dia. Auschwitz tornou-se sinônimo do genocídio de judeus, sintos e roma e tantos outros grupos perseguidos pelos nazistas.
As tropas soviéticas chegaram a Auschwitz, hoje Polônia, na tarde de 27 de janeiro de 1945, um sábado. A forte resistência dos soldados alemães causou um saldo de 231 mortos entre os soviéticos. Oito mil prisioneiros foram libertados, a maioria em situação deplorável devido ao martírio que enfrentaram.
"Na chegada ao campo de concentração, um médico e um comandante questionavam a idade e o estado de saúde dos prisioneiros que chegavam", contou Anita Lasker, uma das sobreviventes. Depois disso, as pessoas eram encaminhadas para a esquerda ou para a direita, ou seja, para os aposentos ou direto para o crematório. Quem alegasse qualquer problema estava, na realidade, assinando sua sentença de morte.
Auschwitz-Birkenau foi criado em 1940, a cerca de 60 quilômetros da cidade polonesa de Cracóvia. Concebido inicialmente como centro para prisioneiros políticos, o complexo foi ampliado em 1941. Um ano mais tarde, a SS (Schutzstaffel) instituiu as câmaras de gás com o altamente tóxico Zyklon B. Usada em princípio para combater ratos e desinfetar navios, quando em contato com o ar a substância desenvolve gases que matam em questão de minutos. Os corpos eram incinerados em enormes crematórios.
Um dos médicos que decidiam quem iria para a câmara de gás era Josef Mengele. Segundo Lasker, ele se ocupava com pesquisas: "Levavam mulheres para o Bloco 10 em Auschwitz. Lá, elas eram esterilizadas, isto é, se faziam com elas experiências como se costuma fazer com porquinhos da Índia. Além disso, faziam experiências com gêmeos: quase lhes arrancavam a língua, abriam o nariz, coisas deste tipo..."

Trabalhar até cair
Os que sobrevivessem eram obrigados a trabalhos forçados. O conglomerado IG Farben, por exemplo, abriu um centro de produção em Auschwitz-Monowitz. Em sua volta, instalaram-se outras firmas, como a Krupp. Ali, expectativa de vida dos trabalhadores era de três meses, explica a sobrevivente.
"A cada semana era feita uma triagem", relata a sobrevivente Charlotte Grunow. "As pessoas tinham de ficar paradas durante várias horas diante de seus blocos. Aí chegava Mengele, o médico da SS. Com um simples gesto, ele determinava o fim de uma vida com que não simpatizasse."
Para apagar os vestígios do Holocausto antes da chegada do Exército Vermelho, a SS implodiu as câmaras de gás em 1944 e evacuou a maioria dos prisioneiros. Charlotte Grunow e Anita Lasker foram levadas para o campo de concentração de Bergen-Belsen, onde os britânicos as libertaram em abril de 1945. Outros 65 mil que haviam ficado em Auschwitz já podiam ouvir os tiros dos soldados soviéticos quando, a 18 de janeiro, receberam da SS a ordem para a retirada.
"Fomos literalmente escorraçados", lembra Pavel Kohn, de Praga. "Sob os olhos da SS e dos soldados alemães, tivemos de deixar o campo de concentração para marchar dia e noite numa direção desconhecida. Quem não estivesse em condições de continuar caminhando, era executado a tiros", conta. Milhares de corpos ficaram ao longo da rota da morte. Para eles, a libertação chegou muito tarde.

Autoria Birgit Görtz (rw)


Campo de concentração de Auschwitz
(...)
Desde o momento em que Adolf Hitler assumiu a liderança política da Alemanha, o Reich começou a proclamar a necessidade de se exterminar alguns grupos indesejáveis da sociedade alemã para que o país pudesse se recuperar das humilhações sofridas após a Primeira Guerra Mundial e das consequências da crise econômica de 1929. O momento era muito crítico na Alemanha dos anos 1930, os alemães viram em Hitler a esperança de uma recuperação da nação e depositaram nele toda a confiança.
(...)
A partir de 1940, os alemães começaram a construir instalações que serviriam como campos de concentração e de extermínio de inimigos e grupos indesejáveis da sociedade. Estas instalações foram construídas nas terras polonesas ocupadas pelos alemães, foram três os campos principais auxiliados por mais trinta e nove. Localizavam-se nas cidades de Auschwitz e Birkenau, próximas da capital polonesa Cracóvia.
Os Campos de Concentração de Auschwitz, ou Auschwitz-Birkenau para ser mais completo, tornaram-se símbolos do Holocausto causado pelos nazistas durante a Segunda Guerra. Mas esses campos não foram criados somente para exterminar pessoas, suas funções se dividiam entre os três principais campos que recebiam o auxílio dos outros trinta e nove.
O campo de concentração Auschwitz I foi inaugurado no dia 20 de maio de 1940, foi o primeiro. Era o centro administrativo dos campos, é nele que se localiza a famosa placa com a frase “Arbeit Macht Frei” (O trabalho liberta). O campo serviu mais para utilização do trabalho forçado dos prisioneiros, mas foi nele que os nazistas testaram a primeira câmara de gás. O teste inicial com o gás Zyklon B matou 850 prisioneiros polacos e russos, em setembro de 1941. A experiência foi considerada um sucesso e utilizada no campo em 1941 e 1942, além de serem construídas câmaras também em outros campos. De todos os prisioneiros que passaram por Auschwitz I, apenas 300 conseguiram fugir. Por outro lado, aproximadamente 70 mil prisioneiros polacos e soviéticos morreram neste campo.
O campo de concentração Auschwitz II, construído em Birkenau em 1941 localizava-se a apenas 3 Km de Auschwitz I. O objetivo principal do novo campo era efetivamente o do extermínio. É este o campo mais conhecido pelas pessoas e onde mais se matou pessoas. Era equipado com quatro crematórios e câmaras de gás, as quais podiam receber, cada uma, cerca de 2.500 pessoas por vez. As mortes em grande quantidade começaram a acontecer no ano de 1942, em Auschwitz II morreram aproximadamente um milhão de judeus e 19 mil ciganos.
Já o campo de concentração Auschwitz III, o terceiro entre os três principais, fui utilizado especialmente para trabalho escravo pela empresa IG Farben. Iniciou suas atividades em 1942.
Os demais trinta e nove campos auxiliares eram relacionados à indústria alemã para produção militar, metalúrgica e mineradora.
Todos os campos de concentração eram controlados e dirigidos pela SS, sob o comando de Heinrich Himmler. Aproximadamente 7.300 membros da SS trabalharam nos campos de concentração. Quando o final da guerra se aproximou, os nazistas destruíram as câmaras de gás em Birkenau, em novembro de 1944, e no ano seguinte começaram a evacuar os campos, tudo para esconder o que acontecia nas instalações dos campos de concentração. 

25/01/2015

‘Selma’ conta luta dos afro-americanos por direitos humanos

O longa-metragem “Selma – Uma Luta pela Igualdade”, Lançado em 2014 nos Estados Unidos, estreia no Brasil no dia 5 de fevereiro. O filme, dirigido pela negra Ava DuVernay e indicado ao Oscar de melhor filme, retrata a história das marchas históricas no ano de 1965 entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, e Montgomery, capital do Estado, em busca de direitos eleitorais iguais para a comunidade afro-americana e lideradas por pessoas como Martin Luther King Jr.

20/01/2015

Passeio de barco ao cânion do Xingó (Rio São Francisco)

Um dos passeios mais bonitos do Sergipe é o de catamarã pelo rio São Francisco. O ponto de partida é a cidade de Canindé, a 200 quilômetros de Aracaju. 
No dia 18 deste mês tive a oportunidade de conhecer este belíssimo lugar, através do roteiro turístico da WL Turismo onde estava incluso a visita ao cânion do Xingó.
O passeio a bordo da catamarã pelo cânion tem duração de três horas: uma hora para ir, uma hora destinada ao banho no rio e, uma hora para retornar. 
Os catamarãs saem do porto localizado em frente ao Restaurante Karrancas.  

Com a construção da barragem da Usina Hidroelétrica de Xingó no Rio São Francisco, deu-se a origem do cânion, formado por um vale profundo, com 65 quilômetros de extensão, 170 metros de profundidade e largura que varia de 50 a 300 metros. 

O visual é muito bonito, com rochas de granito avermelhado e cinza na encosta, além das diferentes espécies de aves e répteis na caatinga, vegetação do local. 

Através dos catamarãs se tem variadas opções de passeios náuticos no lago de Xingó, que possui as mais belas paisagens do Cânion do Rio São Francisco, sendo o quinto maior do mundo e o maior em extensão navegável, possui águas verdes e transparentes. As rochas das encostas são de granito avermelhado e cinza.

Curiosidade
O Nordeste brasileiro foi o destino de uma equipe para as gravações das cenas da novela Cordel Encantado que se passavam no sertão que abrigava Brogodó. Em março de 2011, a equipe esteve nos municípios de Canindé do São Francisco, em Sergipe, e Olho d’Água do Casado, em Alagoas, gravando cenas da novela. O cânion do Xingó, no Rio São Francisco, foi o lugar escolhido pela equipe de direção para ambientar a primeira fase da trama.

19/01/2015

Eu não sou Charlie, je ne suis pas Charlie

Há muita confusão acerca do atentado terrorista em Paris, matando vários cartunistas. Quase só se ouve um lado e não se buscam as raízes mais profundas deste fato condenável mas que exige uma interpretação que englobe seus vários aspectos ocultados pela mídia internacional e pela comoção legítima face a um ato criminoso. Mas ele é uma resposta a algo que ofendia milhares de fiéis muçulmanos. Evidentemente não se responde com o assassinato. Mas também não se devem criar as condições psicológicas e políticas que levem a alguns radicais a lançarem mão de meios reprováveis sobre todos os aspectos. Publico aqui um texto de um padre que é teólogo e historiador e conhece bem a situação da França atual. Ele nos fornece dados que muitos talvez não os conheçam. Suas reflexões nos ajudam a ver a complexidade deste anti-fenômeno com suas aplicações também à situação no Brasil: Lboff
Eu condeno os atentados em Paris, condeno todos os atentados e toda a violência, apesar de muitas vezes xingar e esbravejar no meio de discussões, sou da paz e me esforço para ter auto controle sobre minhas emoções…
Lembro da frase de John Donne: “A morte de cada homem diminui-me, pois faço parte da humanidade; eis porque nunca me pergunto por quem dobram os sinos: é por mim”. Não acho que nenhum dos cartunistas “mereceu” levar um tiro, ninguém o merece, acredito na mudança, na evolução, na conversão. Em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem. Mas eu queria que eles evoluíssem, que mudassem… Ainda estou constrangido pelos atentados à verdade, à boa imprensa, à honestidade, que a revista Veja, a Globo e outros veículos da imprensa brasileira promoveram nesta última eleição.
A Charlie Hebdo é uma revista importante na França, fundada em 1970, é mais ou menos o que foi o Pasquim. Isso lá na França. 90% do mundo (eu inclusive) só foi conhecer a Charlie Hebdo em 2006, e já de uma forma bastante negativa: a revista republicou as charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten (identificado como “Liberal-Conservador”, ou seja, a direita europeia). E porque fez isso? Oficialmente, em nome da “Liberdade de Expressão”, mas tem mais…
O editor da revista na época era Philippe Val. O mesmo que escreveu um texto em 2000 chamando os palestinos (sim! O povo todo) de “não-civilizados” (o que gerou críticas da colega de revista Mona Chollet (críticas que foram resolvidas com a demissão sumaria dela). Ele ficou no comando até 2009, quando foi substituído por Stéphane Charbonnier, conhecido só como Charb. Foi sob o comando dele que a revista intensificou suas charges relacionadas ao Islã, ainda mais após o atentado que a revista sofreu em 2011…
A França tem 6,2 milhões de muçulmanos. São, na maioria, imigrantes das ex-colônias francesas. Esses muçulmanos não estão inseridos igualmente na sociedade francesa. A grande maioria é pobre, legada à condição de “cidadão de segunda classe”, vítimas de preconceitos e exclusões. Após os atentados do World Trade Center, a situação piorou.
Alguns chamam os cartunistas mortos de “heróis” ou de os “gigantes do humor politicamente incorreto”, outros muitos os chamam de “mártires da liberdade de expressão”. Vou colocar na conta do momento, da emoção. As charges polêmicas do Charlie Hebdo, como os comentários políticos de colunistas da Veja, são de péssimo gosto, mas isso não está em questão. O fato é que elas são perigosas, criminosas até, por dois motivos.
O primeiro é a intolerância. Na religião muçulmana, há um princípio que diz que o Profeta Maomé não pode ser retratado, de forma alguma. Esse é um preceito central da crença Islâmica, e desrespeitar isso desrespeita todos os muçulmanos. Fazendo um paralelo, é como se um pastor evangélico chutasse a imagem de Nossa Senhora para atacar os católicos…
Qual é o objetivo disso? O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. “É preciso” porque? Para que?
Note que ele não está falando em atacar alguns indivíduos radicais, alguns pontos específicos da doutrina islâmica, ou o fanatismo religioso. O alvo é o Islã, por si só. Há décadas os culturalistas já falavam da tentativa de impor os valores ocidentais ao mundo todo. Atacar a cultura alheia sempre é um ato imperialista. Na época das primeiras publicações, diversas associações islâmicas se sentiram ofendidas e decidiram processar a revista. Os tribunais franceses, famosos há mais de um século pela xenofobia e intolerância (ver Caso Dreyfus), como o STF no Brasil, que foi parcial nas decisões nas últimas eleições e no julgar com dois pessoas e duas medidas caos de corrupção de políticos do PSDB ou do PT, deram ganho de causa para a revista.
Foi como um incentivo. E a Charlie Hebdo abraçou esse incentivo e intensificou as charges e textos contra o Islã e contra o cristianismo, se tem dúvidas, procure no Google e veja as publicações que eles fazem, não tenho coragem de publicá-las aqui…
Mas existe outro problema, ainda mais grave. A maneira como o jornal retratava os muçulmanos era sempre ofensiva. Os adeptos do Islã sempre estavam caracterizados por suas roupas típicas, e sempre portando armas ou fazendo alusões à violência, com trocadilhos infames com “matar” e “explodir”…). Alguns argumentam que o alvo era somente “os indivíduos radicais”, mas a partir do momento que somente esses indivíduos são mostrados, cria-se uma generalização. Nem sempre existe um signo claro que indique que aquele muçulmano é um desviante, já que na maioria dos casos é só o desviante que aparece. É como se fizéssemos no Brasil uma charge de um negro assaltante e disséssemos que ela não critica/estereotipa os negros, somente aqueles negros que assaltam…
E aí colocamos esse tipo de mensagem na sociedade francesa, com seus 10% de muçulmanos já marginalizados. O poeta satírico francês Jean de Santeul cunhou a frase: “Castigat ridendo mores” (costumes são corrigidos rindo-se deles). A piada tem esse poder. Mas piada são sempre preconceituosas, ela transmite e alimenta o preconceito. Se ela sempre retrata o árabe como terrorista, as pessoas começam a acreditar que todo árabe é terrorista. Se esse árabe terrorista dos quadrinhos se veste exatamente da mesma forma que seu vizinho muçulmano, a relação de identificação-projeção é criada mesmo que inconscientemente. Os quadrinhos, capas e textos da Charlie Hebdo promoviam a Islamofobia. Como toda população marginalizada, os muçulmanos franceses são alvo de ataques de grupos de extrema-direita. Esses ataques matam pessoas. Falar que “Com uma caneta eu não degolo ninguém”, como disse Charb, é hipócrita. Com uma caneta se prega o ódio que mata pessoas…
Uma das defesas comuns ao estilo do Charlie Hebdo é dizer que eles também criticavam católicos e judeus…
Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.
“Mas isso é motivo para matarem os caras!?”. Não. Claro que não. Ninguém em sã consciência apoia os atentados. Os três atiradores representam o que há de pior na humanidade: gente incapaz de dialogar. Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado. Bastava que a justiça tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso, assim como deveria/deve punir a Veja por suas mentiras. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar”.
“Mas isso é censura”, alguém argumentará. E eu direi, sim, é censura. Um dos significados da palavra “Censura” é repreender. A censura já existe. Quando se decide que você não pode sair simplesmente inventando histórias caluniosas sobre outra pessoa, isso é censura. Quando se diz que determinados discursos fomentam o ódio e por isso devem ser evitados, como o racismo ou a homofobia, isso é censura. Ou mesmo situações mais banais: quando dizem que você não pode usar determinado personagem porque ele é propriedade de outra pessoa, isso também é censura. Nem toda censura é ruim…
Deixo claro que não estou defendendo a censura prévia, sempre burra. Não estou dizendo que deveria ter uma lista de palavras/situações que deveriam ser banidas do humor. Estou dizendo que cada caso deveria ser julgado. Excessos devem ser punidos. Não é “Não fale”. É “Fale, mas aguente as consequências”. E é melhor que as consequências venham na forma de processos judiciais do que de balas de fuzis ou bombas.
Voltando à França, hoje temos um país de luto. Porém, alguns urubus são mais espertos do que outros, e já começamos a ver no que o atentado vai dar. Em discurso, Marine Le Pen declarou: “a nação foi atacada, a nossa cultura, o nosso modo de vida. Foi a eles que a guerra foi declarada”. Essa fala mostra exatamente as raízes da islamofobia. Para os setores nacionalistas franceses (de direita, centro ou esquerda), é inadmissível que 10% da população do país não tenha interesse em seguir “o modo de vida francês”. Essa colônia, que não se mistura, que não abandona sua identidade, é extremamente incômoda. Contra isso, todo tipo de medida é tomada. Desde leis que proíbem imigrantes de expressar sua religião até… charges ridicularizando o estilo de vida dos muçulmanos! Muitos chargistas do mundo todo desenharam armas feitas com canetas para homenagear as vítimas. De longe, a homenagem parece válida. Quando chegam as notícias de que locais de culto islâmico na França foram atacados, um deles com granadas!, nessa madrugada, a coisa perde um pouco a beleza. É a resposta ao discurso de Le Pen, que pedia para a França declarar “guerra ao fundamentalismo” (mas que nos ouvidos dos xenófobos ecoa como “guerra aos muçulmanos”, e ela sabe disso).
Por isso tudo, apesar de lamentar e repudiar o ato bárbaro do atentado, eu não sou Charlie. Je ne suis pas Charlie.

Leonardo Boff em 10/01/2015.

09/01/2015

Resultado do Enem 2014 será divulgado em 13 de janeiro

Informação foi divulgada pela assessoria de comunicação do MEC

O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será liberado para consulta em 13 de janeiro, pela internet. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (8) pela assessoria de comunicação do Ministério da Educação (MEC).
As notas do Enem 2014 são necessárias para a participação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e no Programa Universidade para Todos (ProUni), entre outros programas do governo. As inscrições do Sisu começarão em 19 de janeiro, indo até o dia 22. Já as do ProUni terão início no dia 26 do mesmo mês, até o dia 29.

02/01/2015

Feliz Ano Novo aos amigos!!!

“O nosso caminho é feito pelos nossos próprios passos… Mas a beleza da caminhada depende dos que vão conosco!
Assim, neste novo ano que se inicia possamos caminhar mais e mais juntos… Em busca de um mundo melhor, cheio de paz, saúde, compreensão e muito amor.
O ano se finda e tão logo o outro se inicia… E neste ciclo do “ir” e “vir” o tempo passa… E como passa! Os anos se esvaem… E nem sempre estamos atentos ao que realmente importa.
Deixe a vida fluir e perceba entre tantas exigências do cotidiano o que é indispensável para você!
Ponha de lado o passado e até mesmo o presente! E crie uma nova vida… Um novo dia… Um novo ano que ora se inicia! Crie um novo quadro para você! Crie, parte por parte… Em sua mente… Até que tenha um quadro perfeito para o futuro… Que está logo além do presente. E assim dê início a uma nova jornada! Que o levará a uma nova vida, a um novo lar… E aos novos progressos na vida! Você logo verá esta realidade, e assim encontrará a maior felicidade… E recompensa…
Que o Ano Novo renova nossas esperanças, e que a estrela crística resplandeça em nossas vidas e o fulgor dos nossos corações unidos intensifique a manifestação de um Ano Novo repleto de vitórias! E que o resplendor dessa chama seja como a tocha que ilumina nossos caminhos para a construção de um futuro, repleto de alegrias! E assim tenhamos um mundo melhor!
A todos vocês companheiros (as) que temos o mesmo ideal, amigos (as) que já fazem parte da minha vida, desejo que as experiências próximas de um Ano Novo lhes sejam construtivas, saudáveis e harmoniosas.
Muita paz em seu contínuo despertar.”
Um Feliz Ano Novo! Um 2015 abençoado!