18/09/2016

Agassiz Almeida: Armou-se um caldeirão golpista provocado por estas forças: a implosão financeira, a judicial, a midiática e a congressual

No propósito de preservar as conquistas democráticas do povo brasileiro, diversas entidades, entre as quais o Centro Cultural Manoel Lisboa, Centro de Direitos Humanos do MP de Pernambuco, CUT, MST, Grupo “Tortura Nunca Mais”, “Associação dos Anistiados Políticos”, “Pastoral da Terra”, promoveram recente evento, no auditório do Centro de Direitos Humanos do Ministério Público de Pernambuco, situado na avenida Visconde Suassuna, Recife.

Este encontro teve na presidência o sociólogo Edival Cajá. Fazendo parte da mesa diretora dos trabalhos, usou da palavra o Promotor de Justiça Westei Conde: Uma das mais relevantes funções outorgadas pela Constituição Federal de 1988 foi a defesa dos postulados democráticos”.

Edival Cajá na sua fala: “O golpe desfechado contra o mandato da presidente Dilma Rousseff agride a democracia. Sempre estaremos vigilantes na resistência, ontem desafiando a ditadura militar, e hoje aos golpistas que se fantasiam de democratas”.

Com a palavra Anacleto Julião: “Seremos vigilantes contra os golpistas”. O escritor e ex-deputado federal constituinte Agassiz Almeida destacou: “O que sempre nos moveu como homem público foi a flama da resistência e da indignação contra as elites do país, uma das mais egoístas e corporativistas do mundo.

Por décadas, e até séculos, sangram o povo brasileiro e se instrumentalizam no espetáculo da mentira e do cinismo. Mentem deslavadamente. Berram: “Que carga tributária pagamos!” Oh, só os assalariados e o consumidor final suportam todo o fardo tributário do país. Berram que são democráticos.

E, no entanto, articulam maquiavélico golpe desfechado por estas forças: A econômica financeira com a nomeação de Joaquim Levy para ministro da Fazenda. Ele provocou em menos de sessenta dias de sua posse a inflação, o desemprego e o aumento das tarifas públicas. O pior, liberou o câmbio e consequentemente o dólar disparou, quando o país possuía reserva cambial em torno de 300 bilhões de dólares. Com isto, a nação foi sacudida por um caos sociopolítico.

Na fase seguinte do golpe designou-se o juiz da operação Lava-Jato com poderes absolutos de degradar o governo Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores, com prisões de seus líderes e empresários. Deste juiz, perguntamos: alguma sentença dele foi reformada? Quem afinal foram os estrategistas deste maquiavélico plano?

A terceira etapa executou-se com os poderosos órgãos de divulgação manipulando difamante carga informativa contra integrantes do governo Dilma e seus apoiadores. E como epílogo final desta ópera bufa desferiu-se o bote congressual comandado por Eduardo Cunha, um meliante internacional.

Paremos um pouco. O que se assiste? 54 milhões de brasileiros golpeados pelas forças mais retrógadas deste país. Lancemos estes espertalhões golpistas na lata do lixo da história. Olhemos os vultos que tombaram no chão da posteridade e nos legaram lições de resistência democráticas, como Clodomir dos Santos Morais. Ele veio para a vida lá dos rincões de Santa Maria da Vitória, Bahia. Carregou logo cedo na sua saga pelo mundo uma profunda visão dos entrechoques humanos.

Ninguém abraçou com mais vigor a luta dos camponeses das Américas aos da África do que Clodomir Morais. Aos camponeses de todo o mundo ele deixou este imperativo clamor: “Ocupem as terras, resistam e produzam”.
Como ensaísta projetou-se com estas obras: “A teoria da organização” e “O dicionário da reforma agrária para a América Latina”.

Da vida partistes, oh companheiro Clodomir Morais, mas deixastes nos caminhos as marcas de um valente pelos seculum seculorum. Encerrando este evento, a professora Analice Rocha de Araújo expôs o documentário acerca do projeto “Adote uma memória, construa a sua história”.

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